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quarta-feira, 1 de junho de 2011

O PACOTE DE ÁGUA

O PACOTE DE ÁGUA

Num povoado, vivia um velho muito velho chamado Mancodji. Sua filha Ingueré vivia com ele.

Não demorou muito e chegou a idade de Ingueré se casar. E já que ela era a moça mais bonita do povoado, não faltaram pretendentes: jovens, velhos, homens ricos, muitos foram à casa do velho Mancodji pedir a mão de sua filha.

Mas o velho homem, sempre muito desconfiado, queria o melhor para a sua filha. E acabou achando um jeito de colocar à prova os aspirantes a marido da formosa Ingueré.

Rapidamente o velho espalhou pelo povoado a notícia de que Inguré só se casaria com quem fosse capaz de trazer um pacote feito de água.

A notícia correu para todos os lados. Vinha gente daqui, gente dali, mas o fato é que, por fim, todos, de um modo ou de outro diziam:

─ Mas quem é que viu um pacote feito de água?

─ Isso é algo impossível de conseguir!

─ O velho não quer que Ingueré se case, é isso!

Todos sabiam que, por trás de tal exigência, estava o ardil do velho Mancodji. Os pretendentes foram diminuindo e, como a tal prova nunca era executada, Ingueré continuava sem marido.

Um dia, apareceu um novo pretendente, vindo de uma das aldeias vizinhas. Era o jovem Tamari, que foi à casa do velho Mancodji, para dizer:

─ Quero me casar com sua filha.

Mancodji avisou-lhe:

─ Você não sabe que minha filha só se casará com quem lhe trouxer um pacote feito de água?

Tamari era um jovem muito inteligente e, assim que ouviu a exigência imposta pelo velho, respondeu-lhe:

─Eu sei, meu senhor. E tenho tanta consideração por sua sabedoria, e tanto respeito pelo senhor, que para ter certeza que meu pacote de água não será roubado por ninguém, venho lhe pedir uma corda.

O velho já estava ficando impaciente:

─Uma corda?

Tamari continuou:

─Isso mesmo! Tão logo o senhor me dê uma corda feita com a fumaça que sai do seu cachimbo, eu amarrarei em volta do pacote de água que tenho em meu bolso.

Primeiro o velho Mancodji ficou um pouco atônito com aquela contraproposta. Depois começou a rir. E riu tanto da engenhosa resposta do rapaz, que acabou desejando mesmo que sua filha fosse feliz ao lado daquele moço.

Assim, Tamari e Ingueré se casaram...e Viveram felizes!

CELSO SISTO-(MÃE ÁFRICA-MITOS, LENDAS, FÁBULAS E CONTOS - pg.111)

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