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sábado, 21 de maio de 2011

IMPÉRIO DE GANA



Conhecido como país do ouro, o império de Gana estendia-se nas regiões do Sahel, entre o Senegal médio e a curvatura do Níger. Um dos autores árabes que o mencionam a partir do século VIII narra que “o ouro crescia como cenouras e era arrancado ao nascer do solo [...] e que o rei prendia seu cavalo a uma enorme pepita na qual havia mandado abrir para isso um buraco”.

O soberano vivia na sua capital, Kumbi-Saleh, composta de duas cidades: uma muçulmana, com 12 mesquitas, onde viviam os mercadores, letrados e juristas; outra onde se encontrava o palácio e suas dependências, assim como os túmulos dos príncipes e bosque sagrado ligados aos cultos religiosos tradicionais.

Para governar, o rei era assistido pelos altos dignitários com os quais se reunia a cada manhã para escutar queixas de seus súditos e logo exercer a justiça. Graças às suas riquezas, o rei possuía um exército numeroso, composto de infantaria, arqueiros e cavalaria. Exageradamente, o escritor árabe El-Bekri estimou esse exército em 2oo mil guerreiros. Já no século iX, Gana mantinha um comércio Transaariano com os mercadores árabes, berberes e sudaneses que vinham buscar ouro e em troca ofereciam tecidos, sal e outro produtos de Mangreb.

Por volta de 1077, os almorávidas, uma dinastia berbere das costas atlânticas da África, conquistaram Kumbi-Saleh, capital de Gana, deixando o reino sobreviver apenas como tributário, despido de seu esplendor e com os territórios reduzidos. Após a dissolução do reino de Gana, as antigas províncias se transformaram em pequenos Estados dirigidos por pequenos reis, antigos governadores. A expansão almorávida foi paralelamente acompanhada da conversão de muitos reis ganenses, movidos pela tragédia político-econômica de se integrarem no espaço mercantil islâmico.



MUNANGA, Kabengele - Origens africanas,( 2009.p.

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